Venda do Alasca: O maior erro estratégico da Rússia

A venda do Alasca é considerada por muitos historiadores um dos maiores erros estratégicos da história da Rússia. O que parecia uma simples transação em 1867 acabou entregando aos Estados Unidos não só bilhões de dólares em recursos naturais, mas também uma vantagem geopolítica fundamental que impactaria diretamente conflitos futuros, como a Segunda Guerra Mundial e a Guerra Fria.

Mapa do Alasca entre as bandeiras dos Estados Unidos e da Rússia, com montanhas ao fundo, representando o impacto geopolítico da venda do Alasca.

O contexto da venda do Alasca

Em 1867, o Império Russo enfrentava dificuldades financeiras agravadas pela Guerra da Crimeia. O Alasca, distante, difícil de administrar e com poucos retornos econômicos na época, parecia mais um fardo do que um ativo. Por apenas 7,2 milhões de dólares, o território foi vendido aos Estados Unidos.

Na época, críticos da negociação chamaram a compra de “a loucura de Seward”, em referência ao Secretário de Estado americano que intermediou o negócio. Afinal, o Alasca era visto apenas como uma terra gelada e sem propósito econômico.


As riquezas naturais escondidas

O tempo, porém, mostrou o tamanho do erro. O Alasca revelou-se uma mina de ouro — literalmente. No século XX, o estado se tornou fonte de:

  • Ouro, prata e pedras preciosas
  • Gás natural e carvão
  • Petróleo, com campos gigantescos explorados a partir da década de 1950

Hoje, mais de 20% do petróleo dos Estados Unidos vem do Alasca, graças a campos como os de Kenai e Cook Inlet.


Importância estratégica na Guerra Fria e Segunda Guerra Mundial

Além dos recursos naturais, o posicionamento geopolítico do Alasca trouxe vantagens militares incontestáveis para os Estados Unidos:

  • Durante a Segunda Guerra Mundial, aviões partiram do Alasca para atacar alvos no Japão e apoiar a União Soviética.
  • Na Guerra Fria, o estado virou um ponto estratégico para defesa antimísseis, com a instalação de bases militares cruciais como a de Fort Greely.
  • Sua localização entre o Oceano Pacífico Norte e o Oceano Ártico tornou o Alasca fundamental para missões de interceptação de mísseis nucleares e controle de rotas aéreas.

O futuro: novas rotas comerciais e o Ártico

Com o degelo do Ártico, o Alasca pode ganhar ainda mais relevância nos próximos anos. As futuras rotas marítimas comerciais passarão pelo Estreito de Bering, uma área dividida entre os Estados Unidos e a Rússia. Se Moscou ainda tivesse o controle do Alasca, dominaria completamente essa passagem estratégica.


Conclusão

A venda do Alasca gerou um ganho financeiro imediato para a Rússia no século XIX, mas os prejuízos estratégicos e econômicos continuam se acumulando até hoje. O território que parecia inútil tornou-se uma das regiões mais valiosas para os Estados Unidos, tanto em termos de recursos naturais quanto de defesa militar.

Olhando em retrospectiva, fica difícil discordar: a venda do Alasca foi um dos maiores erros estratégicos da história russa.

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